Apatej repudia racismo sofrido por filho de associada em estação da ViaMobilidade

18/10/2022

Um caso de racismo e violência cometido por agentes da Via Mobilidade contra o filho de uma associada da Apatej nas dependências a estação Presidente Altino, em Osasco, está sendo investigado pela polícia.

De acordo com o jovem, na noite de 11/10, enquanto caminhava em direção à faculdade em que estuda, que fica nas imediações, foi abordado por um homem e acusado de estar pichando a estação.

Ao negar o delito o jovem ouviu do homem que “neguinho favelado não faz faculdade”.

O homem imobilizou o estudante dando-lhe um “mata-leão”. Da passarela onde estavam ele arrastou o rapaz até o hall da estação e ali a violência ganhou proporções ainda maiores.

Dentro da estação os agentes da Via Mobilidade o teriam agredido e o impediram de chamar a polícia.

Tratado como um bicho

O caso foi registrado no 5º DP de Osasco. De acordo com o Boletim de Ocorrência, os agentes de segurança fizeram um cordão humano em volta do estudante, com a intenção de impedi-lo de fugir do local.

“Eles não me perguntaram nada, me colocaram com os braços para trás, me jogaram no chão e não me deixaram pegar o meu celular para ligar para a polícia”, destacou o jovem.

“O cara podia ter me acusado de qualquer coisa e ninguém ia me ouvir. Eles não me deixaram explicar nada. Me agrediram, ficaram me tratando como se fosse um marginal, como se fosse um bicho”, continuou.

Um dos guardas teria, inclusive, ameaçado matar o estudante se ele passasse de novo por lá. “Vou ter que começar a ir de ônibus para a faculdade porque não quero passar pelas ameaças que já passei, pelo constrangimento, pelas agressões”, finalizou o rapaz.

Ao UOL a ViaMobilidade, responsável pela operação e segurança da estação, negou as agressões.

Apatej repudia 

Apatej, na condição de entidade de classe, repudia qualquer tipo de ato de racismo, preconceito e intolerância.

Segundo o presidente da Apatej, Ednaldo Batista, o caso faz coro a milhares de outros que envolvem violência e racismo nesse país.

Ele destaca ainda que há notícias de outros relatos de truculência e violência por parte dos seguranças da ViaMobilidade.

“Hoje a vítima é esse rapaz, mas amanhã pode ser qualquer um de nós. Por isso não podemos admitir esse tipo de comportamento, ainda mais por parte de uma empresa que presta serviço ao Estado”, destaca.

“Queremos que o caso seja rigorosamente investigado e caracterizada a culpabilidade, os agressores, bem como a Via Mobilidade, sejam responsabilizados e punidos”, continua Ednaldo.

Protesto contra o racismo

Por meio de uma rede social o Centro Universitário FIEO – Unifieo, onde o rapaz estuda, também se manifestou repudiando o fato e cobrando apuração e punição.


Um ato contra o racismo e a violência está marcado para acontecer na próxima quinta-feira, 20/10, às 19 horas na Estação de Presidente Altino.

Os servidores do judiciário, integrantes de movimentos sociais, estudantes e membros da sociedade civil como um todo estão convidados.

RACISTAS NÃO PASSARÃO!