Servidores batem recordes de produtividade no TJ-SP, mas sofrem com perdas salariais

30/01/2025

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) alcançou números expressivos em 2024, impulsionado pelo trabalho de seus mais de 40 mil servidores. No 1º grau, foram 40 milhões de atos processuais, incluindo 8,3 milhões de sentenças. No 2º grau, os servidores produziram mais de 2,3 milhões de atos, com destaque para 1,1 milhão de acórdãos.

O crescimento é notável: 13% em relação a 2023 no 1º grau e 4% no 2º grau. Comparados a 2020, os aumentos chegam a 46% e 124%, respectivamente. A expansão do tribunal, com 17 novas varas, 8 núcleos especializados 4.0 e 44 Unidades de Processamento Judicial (UPJ), só foi possível graças à adaptação e ao empenho dos servidores.

No entanto, o reconhecimento não acompanha os resultados. A perda inflacionária acumulada ultrapassa 30%, reduzindo significativamente o poder de compra desses profissionais. Para piorar, os reajustes em benefícios como auxílio saúde, transporte e alimentação não acompanham as perdas dos últimos anos.

Há ainda a adoção do Nível Superior para Escreventes, que poderia valorizar adequadamente a complexidade do trabalho realizado. Mas as conversas sobre o tema caminham a passos de tartaruga.

O fato é que o maior tribunal do país mantém seus recordes de produtividade, mas a valorização real dos profissionais – que garantem esse desempenho – continua em segundo plano.